sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Rota dos Pueblos Blancos - Espanha e Portugal Parte 5

Nosso próximo destino foi a famosa Rota dos Pueblos Blancos. Como já disseram, não existe uma “rota” predeterminada, mas toda uma região do interior da Andaluzia que é cheia de pequenos povoados de casas caiadas em cima das montanhas, com um visual estonteante!

Foi bem difícil escolher para onde ir, onde parar, e fiz um roteiro alternativo a depender da nossa disposição de passar em mais ou menos cidades. 

No final ficou: Sevilla - Jerez de la Frontera - Vejer de la Frontera - Arcos de la Frontera - Grazalema - Ronda.

O resultado final eu relato agora.

Saímos de Sevilha em direção a Vejer de la Frontera, um povoado que fica quase no litoral, pertinho do Estreito de Gibraltar. As fotos que vi desse lugar eram muito lindas, e a Paulinha descreveu muito bem aqui,nesse post que me conquistou.

Seguindo a dica do Ricardo Freire, paramos para almoçar em Jerez de la Frontera, cidade do autódromo de Fórmula 1 e das “bodegas de Jerez”, que são vinícolas produtoras da bebida mundialmente famosa, típica daquela região, que leva o nome da cidade. Tínhamos a indicação do restaurante Albores para almoçar, mas ao chegarmos lá estava lotado.

Procuramos a lista do TripAdvisor e saímos andando pela cidade à procura de um outro restaurante que o aplicativo indicou. Quando chegamos lá, estava estranho, completamente vazio e um cheiro forte de banheiro. A cena engraçada foi que minha mãe entrou no restaurante, deu uma respirada e saiu correndo! O cheiro estava insuportável, não tinha a menor condição de ficar.

Aí procuramos outra alternativa no  Trip Advisor e ele nos indicou o excelente LaCarboná. Bom foi que chegamos na porta do restaurante e eu disse: “Mãe, vai na frente!”. A vovó virou a inspetora oficial dos restaurantes. Ela entrou, fez “positivo” com o polegar e nos disse: “Cheiro maravilhoso de comida gostosa!”. Então simbora! Comemos muitíssimo bem e os corajosos ainda se aventuraram a provar o “Jerez” (eu ia dirigir depois do almoço e não bebi).

Restaurante La Carboná, instalado em uma antiga bodega de jerez, lindo:



Como era um domingo e havíamos saído tarde, resolvemos seguir direto para Vejer de la Frontera e deixar a visita à bodega de Jerez para a próxima (deu para perceber que sempre deixamos algo para a próxima, para ter motivos pra voltar?)

Esse trecho de Sevilla até Vejer, passando por Jerez, foi todo em autopista, estrada super tranquila! Na chegada a Vejer meus dotes de motorista foram postos à prova, pois é uma subida bem íngreme e ruazinhas bem estreitas até chegar ao hotel e ao estacionamento. Mas deu tudo certo!

Vejer é linda como eu pensei! Cidadezinha no alto, com casas brancas, e tudo em estilo marroquino. 



Ficamos hospedados no hotel Las Palmeras del Califa, e a porta de entrada ficava em uma ladeira, era bem baixinha por fora (tivemos que passar abaixados), e lá dentro uma bela sala de estar,  uma varanda enorme e uma vista maravilhosa!

A gente entrava por aqui:



E lá dentro era assim:




A passagem "secreta" do quarto para a varanda, que as crianças adoraram:





A varanda:




A vista:





Deixamos as coisas no quarto e fomos fazer um passeio pela cidade, seguindo as dicas da recepcionista do hotel. Quantas ruazinhas lindas, com sacadas floridas e belas paisagens! Descobrimos ainda uma figura chamada La Cobijada, que é uma mulher que se esconde em trajes pretos, deixando apenas um dos olhos de fora. É um traje e um costume típicos de Vejer, e há uma estátua dedicada a essa figura na cidade.

As muralhas da cidade:


Bela vista no por do sol:

Imagem da Virgen de la Oliva pintada em azulejo no muro da igreja (há muitos olivais na região):

Vista linda e surpreendente no meio do passeio, uma ruazinha estreita, com arcos brancos por cima, e no final a vista das casinhas brancas com o por do sol:



Essa casa ganhou prêmio de fachada vários anos seguidos, conforme os diplomas pregados na parede, super florida! E olha em cima da porta a foto da La Cobijada:




Pátio super florido:





A Plaza de España:





No próprio hotel há o restaurante Jardin del Califa, muito recomendado para o jantar, por um maravilhoso cuscuz marroquino servido ali. O restaurante fica cerca de 3 andares abaixo do nível da rua do hotel, e você desce por umas escadas de teto baixo e outras partes que parecem grutas:



Mas quando se chega ao nível do restaurante, há um pátio enorme com uma vista fantástica, e o belo restaurante todo em decoração marroquina. Comemos muito bem ali, falafel, cuscuz marroquino com cordeiro e legumes e um delicioso licor de laranja de produção local (a atendente nos disse que se vendia ali, na parte baixa da cidade, no mesmo local onde era fabricado, chamado Bodega Gallardo).





No dia seguinte, tomamos o delicioso café da manhã do hotel, com a bela vista do pátio:





 Seguimos viagem em direção a Arcos de la Frontera, a próxima cidadezinha do nosso roteiro. A estrada foi afunilando enquanto subíamos a serra, e dentro da cidade encontramos ruazinhas estreitíssimas, bem difícil para o carro passar, até chegar à parte alta da cidade, de valor histórico. Descemos do carro para algumas fotos no Balcón de la Peña Nueva, mirador com vistas belíssimas lá do alto:










Seguimos viagem até Grazalema, onde paramos para almoçar e dar uma volta pela cidade:

Almoçamos no restaurante Mesón El Torreón, especializado em caças. Comemos javali e truta. 



Depois entramos em uma padaria próximo ao restaurante e comemos vários doces típicos de lá. A cidade também é conhecida pela produção têxtil artesanal, principalmente a chamada “manta de Grazalema”. Engraçado que eu, formiga que sou, pensei que era um doce e entrei na padaria perguntando se ali tinha a “manta de Grazalema”, foi quando a moça nos explicou que era um tecido, uma manta mesmo.


 Vovô agarrado no pacote de doces:




Grazalema vista do mirante:



Seguimos viagem, então, até Ronda. Alguns roteiros ainda sugerem passar por outras cidadezinhas, como Zahara de la Sierra, Olvera e Setenil de las Bodegas (esta última com casas trogloditas construídas encravadas nas montanhas, e não em cima como nas outras cidades), mas optamos pelo caminho mais curto até Ronda.

Apesar de as distâncias serem curtas, essa região é toda de subida de serra, com estradinhas nas encostas, que apesar de serem asfaltadas e estarem em ótimo estado, ainda assim demandam bastante cuidado. A nossa grande sorte foi não pegar neve na estrada. Havia ainda um pouco de neve nas encostas, mas não no asfalto.

Chegamos a Ronda na maior expectativa, acho que foi um dos destinos mais esperados da viagem. A cidade fica em cima de uns escarpados, com uma ponte construída em arcos romanos que custamos a acreditar como conseguiram fazer algo tão grandioso há tanto tempo. Ficamos hospedados no Parador de Ronda, situado em um prédio histórico (esse prédio amarelo da esquerda na foto, na pontinha do desfiladeiro):


 Saímos andando por ali, apreciando a vista do mirador de Ronda:




Atravessamos a belíssima Puente Nueva, toda em arcos romanos:










Andamos pela Calle Tenorio e descemos uma passagem de pedestre que nos levou até o pé do desfiladeiro, com uma vista linda da cidade lá em cima:









À noite resolvemos dar uma pizza para as crianças (Nonno Pizza) e procurar um lugar para um café. Encontramos a maravilhosa Confitería Daver, com chás, chocolates, sanduíches de pão caseiro e sobremesas deliciosas!

No dia seguinte, fomos visitar a bela Plaza de Toros de Ronda. 
A cidade foi celebrizada pelo escritor Ernest Hemingway, que dizia que aspirava escrever como se toureava em Ronda: “sóbrio, de repertório limitado, simples, clássico e trágico”.







De lá, seguimos a pé até a Plaza Duquesa de Parcent, onde fica a Igreja Santa María la Mayor.




Essa eu gostei:





Voltamos a pé para o hotel e dissemos “hasta la vista” para Ronda!

Achamos que fez toda a diferença termos nos hospedado em Vejer de la Frontera, e “viver” um pouco a cidade, assim como em Ronda, muito mais do que passar pelas outras cidadezinhas só para “dar por visto”.

Saímos de lá com paisagens deslumbrantes na memória, e muita riqueza cultural!

Saímos de Ronda e, no meio do caminho, paramos para almoçar na cidade de Antequera, no restaurante Mesón Adarve, que apesar de muito bem avaliado no TripAdvisor era bem simples. Acho que não valia o “desvio” na viagem, até porque estávamos sem tempo para rodar por ali, e seguimos viagem até Granada, nosso próximo post.

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