Chegamos a Madri à tardinha, após passar a noite inteira no
avião e ficar cerca de 4 horas na conexão em Lisboa.
Optamos por pegar o transfer oferecido pelo hotel para sair
do aeroporto, já que éramos seis pessoas, com malas e tudo, e foi muito cômodo depois de
uma viagem tão longa.
Já no caminho vimos a Puerta de Alcalá e a Plaza de Cibeles,
dois belíssimos monumentos madrilenhos.
Ficamos hospedados no Petit Palace Londres Madri Hotel,
super bem localizado, próximo à Puerta del Sol, com opção de quarto quádruplo e
café da manhã.
O hotel fica na esquina com a Calle Preciados, famosa rua de
pedestres de Madri, com muitas lojas e uma filial do El Corte Inglés, a loja de
departamentos espanhola tão completa que tem até restaurante e supermercado.
Foi a medida certa para a nossa chegada: jantamos ali e retornamos para o
hotel.
No dia seguinte, optamos pelo ônibus turístico, aquele
vermelhinho famoso, pois nosso dia seria longo. No caminho, um fone de ouvido conectado ao ônibus vai contando um pouco sobre a história e os pontos turísticos da cidade, e assim passamos pelo Paseo del Prado, rua bastante arborizada e repleta de museus e monumentos históricos, como o Museu del Prado e o Museu Reina Sofia, que mais tarde pretendíamos visitar.
Seguimos para o Estádio Santiago Bernabéu e fizemos a
visitação, que é bem completa e dura cerca de 1 hora e meia. As crianças
adoraram! Entramos nos vestiários, na bancada de honra, no banco dos jogadores,
na sala de imprensa e no belo museu que guarda todos os troféus conquistados.
Vista do Estádio
Vestiário
Banco
Almoçamos nas redondezas do estádio, no Restaurante Midtown (peça sempre o menu del día, com preço fixo que inclui entrada, prato principal e sobremesa).
De lá, pegamos o ônibus de volta para a região central, e
nosso plano inicial era rodar até a Plaza de Espanha, para ver a estátua de Dom
Quixote e Sancho Pança.
Porém, como é inverno, o ônibus vermelhinho só funciona até
as 18h00, e a atendente disse que naquele horário (cerca de 17h00) o ônibus não
daria mais a volta completa.
Comecei a lembrar do roteiro e pensar que fui otimista
demais ao achar que poderíamos ver os principais pontos turísticos de Madri em
um dia só, tendo saído do hotel às 11 da manhã. Mesmo assim, resolvemos
aproveitar o que desse.
Saímos do ônibus na Puerta de Alcalá e ali já tiramos algumas fotos!
Saímos andando até o
Museo del Prado. Chegamos lá exatamente quando estavam formando a fila para a
entrada gratuita (o museu abre para entrada gratuita das 18h às 20h, eu achava
que chegaríamos lá bem antes desse horário, mas olha as coisas dando certo!). A
fila, enorme, passou rapidamente.
Entramos para ver as obras que mais nos
interessavam. Foi emocionante ver o “3 de Mayo”, de Goya, que representa uma
cena da Guerra Civil Espanhola, a “Anunciação”, de Fra Angelico, “A Sagrada
Família”, de Rafael, “As Meninas”, de Velásquez (muito aguardada pela minha filha)
além de tantas outras pinturas maravilhosas. Recebemos um guia, na entrada do
museu, com destaque para as obras mais famosas, e assim seguimos a rápida
visita priorizando estas obras.
Uma hora muito legal foi quando meu caçula reclamou que queria sair, e minha mais velha respondeu: "Você tem que respeitar, já teve o estádio para você, agora o museu é para mim!" E eu fiquei toda orgulhosa por ela ter "adotado" o museu, já que queria tanto ver a obra As Meninas, de Velásquez. Ela ficou muito interessada em todas as obras que víamos, olhando todos os detalhes, as roupas de época, as expressões faciais, muito linda!
Por volta das 19h00 havíamos terminado de ver tudo, e veio a
pergunta: vamos para o hotel? O dia acabou, não?
E aí me lembrei do quanto havia ensinado para as crianças
sobre o quadro Guernica, que fica no Museu Reina Sofia. O quanto eles
aprenderam sobre as figuras que o quadro representava, as cores utilizadas, o
sentido de tudo que estava ali... Sem contar que o Reina Sofia tinha também
obras de Miró, artista conhecido do meu caçula de trabalhos escolares... e sem
contar as mulheres de costas de Salvador Dalí, que eu tenho duas reproduções na
parede de casa...
Esquecemos a hora, o cansaço, e rumamos a pé para o MuseuReina Sofia, que também abria gratuitamente, sendo que a partir das 19h00.
Seguiu-se uma visita maravilhosa e a emoção maior foi ver a
Guernica.
As pessoas estavam admirando o quadro em pé, um pouco distantes. Meu
caçula, empolgado, caminhou no espaço em frente às pessoas e se sentou no chão, para ver de
perto a obra. Minha mais velha fez o mesmo, e eu fui atrás. Sentamos no chão em
frente ao quadro e eles começaram a identificar as figuras de que tanto
falamos: a mulher na janela segurando uma lâmpada, a outra que chorava com o
filho morto no colo, o cavalo ferido, o touro, o soldado. Foi muito
emocionante! O horror da guerra, retratado por Picasso, nos ensina a importância da paz!
Depois disso fomos até as salas que tinham as obras de Miró (adoraram A Mancha Vermelha e A Face e a Aranha) e
Dalí, sendo que deste último eles ficaram encantados com a obra O Homem
Invisível, porque quanto mais você observa o quadro, mais você consegue
identificar a forma do homem. Meus filhos, por fim, se encantaram com os surrealistas! Muito legal poder presenciar esse momento, principalmente porque tínhamos receio da combinação "crianças e museus", mas eles perceberam detalhes que nos passaram em branco, muito legal!
Foi maravilhoso, mas o dia ainda não tinha acabado! Pegamos
um táxi (a essa altura, mais do que merecido) e fomos até o Mercado de San
Miguel, encontrar com um amigo de meus pais, do Nepal, que estava em Madri
naquele dia.
Ali as crianças comeram uma pizza e viram todo tipo de peixe,
crustáceo e fruta que pudessem imaginar. Adoraram esse peixe das profundezas (aquele que tem a luz pendurada):
Lugar super gostoso, cheio de gente
bebendo e conversando naquele clima de happy hour. Legal que pedimos para uma pessoa tirar uma foto nossa, e o grupo de amigos dessa pessoa quis sair na foto também, uma festa!
Resolvemos sair do Mercado e procurar um restaurante para jantar. Passamos pela Plaza Mayor (outro
cartão postal de Madri) e acabamos chegando ao restaurante mais antigo do
mundo, El Sobrino de Botín. Pedimos uma mesa, perguntaram se tínhamos reserva,
minha mãe disse que não, mas que tínhamos vindo do Brasil especialmente para
jantar ali. Pediram que aguardássemos e em pouco tempo havia uma mesa para nós!
Por sorte não estava lotado! Comemos o maravilhoso cochinillo (que é um leitão
assado), carne super macia e saborosa!
Dali, voltamos andando até o hotel, e a última surpresa do
dia: neve!!! Floquinhos minúsculos, parecendo bolinhas de isopor, pulavam no
ar. As crianças adoraram e nós também!!!
Um dia cheio de boas surpresas e repleto de lugares lindos
que a capital da Espanha nos ofereceu, nos deixando muita saudade!!!
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